Dia sim, dia não, Ministério Público e Polícia Federal estão protagonizando operações contra irregularidades e desvios de verbas públicas. Uma malandragem que começa na origem: as licitações.
Empresas são criadas num piscar de olhos apenas para figurar no teatro combinado com as firmas que estão programadas para ganhar os certames e abocanhar lucros de serviços prestados. Quando são.
Na Paraíba, a mamata pode sofrer sérios abalos.
Projeto de iniciativa do deputado estadual Manoel Ludgério (PSD) tem tudo para ao menos inibir a prática, tão comum quanto banalizada.
A propositura obriga todo o serviço público do âmbito estadual a transmitir ao vivo as concorrências, do início do pregão até as aberturas dos envelopes.
Todo o processo gravado deve ficar arquivado por cinco anos, reza o dispositivo já em tramitação na Assembleia.
O autor tem buscado apoio e conversa com presidentes de poderes. Já fez isso no Tribunal de Justiça, com Joás de Brito, o presidente, e Márcio Murilo, o eleito.
Também pediu o mesmo endosso do presidente do TCE, André Carlo Torres.
Onde passou, ouviu palavras de receptividade.
A ideia é interessante. Pode não resolver completamente, mas pelo menos obrigará gangues a pensar duas vezes antes de botar a cara ao vivo e a cores na lente da fiscalização.
E ainda economizará órgãos de investigação da inglória tarefa de ir sempre atrás do leite derramado.