A renovação e o jovem político. Por Míriam Leitão – Heron Cid
Bastidores

A renovação e o jovem político. Por Míriam Leitão

21 de novembro de 2018 às 12h30
Foto: Dida Sampaio

Esta eleição teve muita renovação, mas os jovens são ainda pequena minoria nos partidos. Há mais filiados com mais de 79 anos do que gente entre 18 e 24, diz o cientista político Lúcio Rennó. Existem alguns casos animadores em que eles chegam não apenas com sua juventude, mas com novas formas de se relacionar com os eleitores. É o caso do mandato compartilhado, do mandato conjunto, ou até mesmo a convicção do eleito de que recebeu na urna uma orientação de trabalho.

Entrevistei recentemente três deputados de primeiro mandato e que decidiram disputar as eleições no movimento de renovação da política. Três casos exemplares, mas diferentes entre si. Felipe Rigoni foi eleito pelo PSB do Espírito Santo para a Câmara Federal. Ele perdeu a visão aos 15 anos por uma doença congênita, é engenheiro de produção, trabalhou no movimento de empresas juniores e foi para Oxford estudar com uma bolsa da Fundação Lemann e entrou no RenovaBR. Felipe quer uma relação constante com os eleitores e fará isso através de aplicativos que todo cidadão capixaba poderá baixar. Montou também uma rede de instituições com as quais vai discutir os projetos, e inclusive as emendas que apresentará. Ele é um defensor do empreendedorismo.

— Desde que participei de movimento de empresas juniores, aprendi que nada é mais poderoso que o momento em as pessoas se sentem donas de um projeto. Por isso, pensei no mandato compartilhado para que as pessoas e instituições possam interagir comigo — afirma Felipe.

Jô Cavalcanti é deputada estadual em Pernambuco pelo PSOL, mas fez a sua campanha com outras quatro mulheres, na ideia de exercer um mandato conjunto. Ela é ambulante, mas há uma professora, uma jornalista, uma advogada, uma trans. E Jô diz que é preciso, com movimentos assim, “reiventar a esquerda”. As cinco são ativistas de diversas causas e são todas feministas.