Bolsonaro repete liturgia seguida por Lula em 2002. Por Frederico Vasconcelos – Heron Cid
Bastidores

Bolsonaro repete liturgia seguida por Lula em 2002. Por Frederico Vasconcelos

12 de novembro de 2018 às 13h30
Ministro Marco Aurélio, então presidente do Supremo, recebe Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito da República (Fotos: STF/Banco de Imagens – 29.out.2002 – Divulgação)

A título de sugerir que a visita do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) aos chefes dos Poderes em Brasília é repetição da liturgia, um leitor enviou ao Blog fotos e texto divulgados pelo Supremo Tribunal Federal em 29 de outubro de 2002, quando o então presidente do STF, ministro Marco Aurélio, recebeu o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os pronunciamentos e a manifestação popular evidenciam os diferentes momentos históricos.

A seguir, a notícia publicada no site do STF.

O presidente da República eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (29/10), após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, que não medirá esforços, durante seu governo, “para que o poder Judiciário tenha condições de garantir a todos, independentemente da cor, da origem social, do credo religioso, o acesso à justiça”.

Segundo o ministro Marco Aurélio, o presidente eleito revelou, durante o encontro, sua preocupação com as pessoas que não têm condições de contratar advogados, quando se vêem na obrigação de comparecer perante a Justiça. “Creio que teremos um aliado na busca da instalação da Defensoria Pública em todo o país”, afirmou o presidente do STF.

Luiz Inácio Lula da Silva disse que quer manter uma relação harmônica com todas as instituições e por isso visitou hoje os presidentes dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – “porque vivemos um momento no Brasil em que o povo espera muito de nós”.

“Se eu quiser passar para a sociedade a idéia da construção de um novo contrato social, de estabelecer um pacto social, o comportamento do presidente da República e dos presidentes das demais instituições brasileiras deve servir de exemplo”, disse Lula.

O presidente do STF definiu o encontro de meia hora com o presidente eleito como “uma conversa distraída e assentada principalmente no amor, no humor e no entusiasmo, visando dias melhores para os brasileiros, principalmente para os menos afortunados”.

O ministro ressaltou que o país está vivendo um momento de festa cívica, e desejou que “esta festa se realize no campo da concretude e que tenhamos um Brasil mais justo”. Segundo o ministro Marco Aurélio, “o que precisamos é recuperar a auto-estima e ter a consciência do que podemos fazer em termos de realização”.

Durante o encontro, o presidente do Supremo entregou ao presidente eleito um exemplar da Constituição brasileira com a seguinte dedicatória:

“A cada passo, surpreendemo-nos com os acontecimentos. Explicáveis, ou não, formam um grande todo e nada mais são do que fatores componentes de uma missão. Servir e bem servir aos semelhantes, aos cidadãos. Eis o objetivo maior a ser perseguido em uma vida.

Os brasileiros o escolheram o administrador maior dessa grande casa que é o Brasil. O fizeram de forma conscientizada, comemorando sua eleição.

Que as forças maiores sempre o amparem, tornando-o o grande artífice do bem comum.

Seja muito feliz no mandato que se avizinha”.

Folha

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