A volta de Roseana e a ressurreição do 'Coletivo' – Heron Cid
Opinião

A volta de Roseana e a ressurreição do ‘Coletivo’

1 de novembro de 2018 às 10h28 Por Heron Cid
O regresso de Roseana Meira à gestão do PSB representa além da ocupação de um cargo

Temperamento forte, posições contundentes e uma veia política quase visceral. Roseana Meira, ex-secretária de Saúde de João Pessoa, sempre se mostrou intensa: na gestão e na política.

Uma das embrionárias fundadoras do Coletivo Girassol, Roseana rompeu os laços políticos acumulados ao longo de décadas com o governador Ricardo Coutinho, no fatídico ano de 2012.

Naquela ocasião, viu seu ex-companheiro de vida e também de militância política, Luciano Agra, castrado do natural direito de disputar à reeleição para a Prefeitura de João Pessoa.

Não titubeou. Fez-se mola propulsora da resistência – para usar um termo bem da moda – do time que não aceitava a imposição de Ricardo de troca de uma candidatura, sem argumentos consistentes e plausíveis.

O grupo rachou e deu no que deu. Roseana e Companhia para um lado e Ricardo e outros “companheiros” para o outro.

O projeto sucumbiu em pouco tempo. A relação com o sucessor apoiado, Luciano Cartaxo, não prosperou. Meira sequer permaneceu no governo.

Dois anos depois, um novo movimento. E mais uma vez de distanciamento de Ricardo e posicionamento no front em favor da eleição do senador Cássio Cunha Lima.

Dessa vez, Coutinho levou a melhor.

O tempo passou e os caminhos se reencontraram. A candidatura de João Azevedo ao Governo foi a ponte da reconciliação.

A mágoa de Luciano e a convergência com João somaram-se. Roseana, que já assistira outros companheiros, feito Nonato Bandeira e Ronaldo Guerra, realinhados com Coutinho, perfilou-se no caminho da volta, como ensina José Américo de Almeida.

Ao Blog, ela externou o sentimento do regresso ao Coletivo que um dia ajudou a plantar.

“Fico muito feliz em compor a equipe do governador Ricardo Coutinho, uma gestão exitosa, bem avaliada pela maioria dos paraibanos que entendem ser uma gestão importante e que fez a diferença por ser inclusiva e positiva nos seus indicadores avaliativos, fazendo a diferença para todo o estado da Paraíba!”

Militante, ela pontuou a escolha de Ricardo no plano nacional como outro fator catalisador.

“Do ponto de vista político, as posições de Ricardo e a força demonstrada por ele nessa campanha, tanto no âmbito estadual, com a eleição de João Azevedo no primeiro turno, como no âmbito nacional, no qual ele fez uma defesa incansável pela democracia, me deixaram muito orgulhosa, como militante que sou, em compor essa equipe”.

A nova secretária-executiva do Desenvolvimento Humano acredita que “neste novo espaço que se apresenta, como gestora implicada e militante, avalio como sendo importante, não só pelos desafios, mas pelas relações sociais que essa secretaria permite acontecer”.

Nessa campanha de 2018, Roseana passou num teste fundamental e regra de ouro do manual girassol: a tenacidade de atirar nos adversários. Feroz nas redes sociais contra o inimigo comum, Lucélio Cartaxo (PV), a quem não economizava críticas até jocosas – ganhou ponto e conseguiu – digamos – reabilitação no grupo. Como outros que, tal qual ela, fizeram o caminho de volta e se perfilaram no exército que um dia desertaram.

Ex-ocupante de posto estratégico no agrupamento e nas gestões socialistas, Roseana volta no fim do governo Ricardo e em cargo modesto em comparação à estatura de antes, mas quem conhece sua resiliência e tenacidade é capaz de apostar; é só o começo.

Ou o recomeço do ‘Coletivo’ de raiz… O que levou Ricardo Coutinho ao poder.

Comentários