A solidão do PT. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

A solidão do PT. Por Ricardo Noblat

30 de julho de 2018 às 10h41
Manifestantes se concentram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, durante manifestação de solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro - 12/07/2017 (Nacho Doce/Reuters)
É verdade que ao PT sempre poderá restar a companhia do Partido Comunista do Brasil (PC do B), seu aliado mais antigo. Mas mesmo ele precisa eleger uma bancada razoável de deputados federais para continuar existindo, e por isso lançou Manuella d’Ávilla como candidata a presidente.

O que não cola para explicar a solidão do PT é a desculpa oferecida ontem pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do partido à eleição presidencial. Ele disse que declarações de Ciro Gomes (PDT) dificultam a união dos partidos de esquerda.

Lorota. A união não se deu nem se dará porque Lula teima em ser candidato sem poder ser. E o PT é refém de sua vontade. Como imaginar que outros partidos poderiam se sentir atraídos por uma candidatura inexistente? Quem sucederá Lula como candidato? A 69 dias da eleição, nem mesmo o PT sabe.

Será um feito extraordinário se der certo a jogada esperta do PT de manter Lula como um candidato de mentirinha até a última hora, com a certeza de que mais forte ele ficará para repassar seus votos a quem queira. Mas, e se a jogada der errada? Com que tamanho o PT sairá nas urnas? Certamente sairá bem menor.

Para Lula, isso não fará grande diferença. Para o bem ou para o mal, seu lugar na história do país já está assegurado.

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