Quando um jornalista fala sobre um tema, mesmo que esteja amparado pelo bom senso e pela justiça, é uma coisa. Bem diferente de quando alguém que a vive, em toda sua dimensão, vem a público para expor e se expor na defesa de uma causa.
Desde a semana passada, este espaço se esmera em tentar dar visibilidade à luta da comunidade autista pela inserção do símbolo mundial da síndrome em estabelecimentos públicos e privados da Paraíba, um passo singelo, mas de grande significado para garantia de atendimento prioritário numa sociedade pouco informada e conscientizada das dificuldades cotidianas de pais e responsáveis.
O vereador pessoense Tibério Limeira, do PSB, traz um depoimento pessoal para se acostar ao sentimento de equívoco patrocinado pelo Governo no veto a projeto, de autoria do deputado Bruno Cunha Lima (PSDB), que trata do assunto.
Mais do que palavras, Tibério fala do que conhece, do que experimenta no dia-dia como pai. Uma experiência que grita mais alto do que sua filiação partidária ou sua circunstância de aliado do Governo.
E o faz com elegância, sem perder a firmeza, com espírito de justiça, sem perder a ternura. Imagino que espera até eventuais incompreensões à sua posição, que – pelo radicalismo arraigado na política local – pode ser mal interpretada.
No privilégio de quem tem um mandato e uma voz, Tibério preferiu correr o risco a ter que repousar no travesseiro com a consciência em conflito com seu especial filho que dorme ao lado, bem diante de seus olhos.