Não existem respostas certas para perguntas erradas. São descabidas indagações como: “A intervenção federal no Rio vai dar carto?” Ou ainda: “A criação do Ministério da Segurança Pública resolve o problema?” Afinal de contas, o que quer dizer “dar certo”? O que significa “resolver o problema”?
Caso se estenda por “dar certo” o fim imediato do controle de áreas do Rio pelo crime organizado, então a resposta é “não”. Não se consegue esse resultado com um estalar de dedos. Caso se entenda por “resolver o problema” da violência pais afora um novo amanhecer no dia seguinte à nomeação do ministro da nova pasta, a resposta é igualmente negativa.
De sexta para cá, li uma penca de textos que rezam a ladainha de sempre: “Ah, isso não vai adiantar porque não se trata de uma solução estrutural…” A expressão “solução estrutural”, diga-se, é a preferida dos covardes intelectuais. Se você os indagasse sobre que diabo de resposta é essa, eles também não saberiam dizer. Ou viriam com aquelas generalidades em que as esquerdas são craques: para responder à violência é preciso, primeiro, acabar com as desigualdades, garantir educação de qualidade a todos, assegurar aos brasileiros moradia digna, acabar com todos os preconceitos de cor, raça, religião… Em suma, no juízo perturbado dessa gente, o paraíso é uma consequência natural do… paraíso!
Como levar a sério esse tipo de abordagem?