A direção nacional do PSDB espera que o presidente Michel Temer faça por ela o que lhe falta determinação e pulso para fazer: retire Luislinda Valois, filiada ao PMDB, do Ministério dos Direitos Humanos.
Ocorre que Luislinda, um dia desses, pisou feio na bola quando pediu para ganhar mais do que a lei permite. Sem pudor, queixou-se de fazer um trabalho análogo ao trabalho escravo em troca da mísera quantia de pouco mais de R$ 33 mil por mês.
Alcançou, assim, a notoriedade pelas portas dos fundos. E para Temer deixou de ser uma solução para se transformar num problema. Foi mantida no cargo porque interessava a Temer dizer que o PSDB não o abandonara de todo. E no cargo permanece.
Luislinda foi pressionada pelo PSDB para que desembarcasse do governo, mas preferiu fazer-se de surda. Quanto mais tempo fique onde está, mais causa embaraços ao partido que sonha com os votos do PMDB, mas quer distância de Temer.
Por que o PSDB não suspende a filiação de Luislinda? Poderia fazê-lo com uma simples canetada do seu presidente. Se ela continuasse ministra, o partido nada mais teria a ver com isso. Luislinda passaria a fazer parte da cota pessoal de ministros de Temer.
Uma vez que não puniu Aécio Neves por ter-se envolvido com corrupção, o PSDB perdeu a autoridade para punir qualquer outro dos seus membros. E pede socorro alheio.