PSDB pede socorro a Temer. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

PSDB pede socorro a Temer. Por Ricardo Noblat

12 de dezembro de 2017 às 09h51
Luislinda Valois, ministra dos Direitos Humanos

A direção nacional do PSDB espera que o presidente Michel Temer faça por ela o que lhe falta determinação e pulso para fazer: retire Luislinda Valois, filiada ao PMDB, do Ministério dos Direitos Humanos.

Ela foi posta lá por Temer quando ele mais precisava de uma mulher no seu ministério. Temer queria uma mulher e um negro no primeiro escalão do governo. Luislinda reunia as duas condições. Foi escolhida por isso.

Ocorre que Luislinda, um dia desses, pisou feio na bola quando pediu para ganhar mais do que a lei permite. Sem pudor, queixou-se de fazer um trabalho análogo ao trabalho escravo em troca da mísera quantia de pouco mais de R$ 33 mil por mês.

Alcançou, assim, a notoriedade pelas portas dos fundos. E para Temer deixou de ser uma solução para se transformar num problema. Foi mantida no cargo porque interessava a Temer dizer que o PSDB não o abandonara de todo. E no cargo permanece.

Luislinda foi pressionada pelo PSDB para que desembarcasse do governo, mas preferiu fazer-se de surda. Quanto mais tempo fique onde está, mais causa embaraços ao partido que sonha com os votos do PMDB, mas quer distância de Temer.

Por que o PSDB não suspende a filiação de Luislinda? Poderia fazê-lo com uma simples canetada do seu presidente. Se ela continuasse ministra, o partido nada mais teria a ver com isso. Luislinda passaria a fazer parte da cota pessoal de ministros de Temer.

Uma vez que não puniu Aécio Neves por ter-se envolvido com corrupção, o PSDB perdeu a autoridade para punir qualquer outro dos seus membros.  E pede socorro alheio.

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