Mala da propina vaza pelas beiradas do tapetão. Por Josias de Souza – Heron Cid
Bastidores

Mala da propina vaza pelas beiradas do tapetão. Por Josias de Souza

12 de dezembro de 2017 às 09h41
Rodrigo Rocha Loures, amigo de Temer, flagrado com mala de dinheiro

Desde que a Câmara enfiou embaixo do tapete as denúncias criminais que o afligiam, Michel Temer repete que “a verdade prevaleceu” e que o “complô” armado contra o seu governo foi “desmascarado”. É lorota. Houve acobertamento, não esclarecimento. E certas coisas são difíceis de encobrir. Por exemplo: uma mala com propina de R$ 500 mil da JBS.

Para desassossego de Temer, o juiz Jaime Travassos Sarinho, de Brasília, enviou Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, para o banco dos réus. Denunciado junto com Temer, o ex-assessor da Presidência, terá de responder sozinho pelo crime de corrupção passiva. Em polvorosa, a defesa de Temer tenta reverter no STF o desmembramento do processo. Alega que a mala de Rocha Loures, por conexão, deve ser congelada junto com a investigação sobre Temer.

Relatório da Polícia Federal diz que as evidências apontam, “com vigor”, para a participação de Temer no crime da mala. Mas a Câmara e a defesa de Temer pedem a todos que façam papel de bobos, fingindo que a mala da propina não existe. O imenso tapete que esconde as falcatruas nacionais ficou pequeno. Resta saber se Rocha Loures está disposto a responder sozinho pelo lixão que vaza pelas beiradas.

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