Tudo bem que os acenos e afagos, muitos até claramente improváveis, feitos pelo Governo para líderes da Oposição, cumprem uma estratégia de clareza solar: inocular nos adversários o veneno da divisão.
Mas cada vez que governistas jogam ao vento palavras na admissibilidade de alianças com atuais inimigos, como José Maranhão e até Romero Rodrigues (antes era Luciano Cartaxo), experimenta-se, também, o efeito colateral.
Esse tipo de flerte em algum grau gera ônus para a pré-candidatura do secretário João Azevedo, ungido pelo governador Ricardo Coutinho para esta fase e já absorvido no momento pelo esquadrão girassol.
Dificilmente, uma candidatura é levada a sério e prospera em meio a um vendaval de outras possibilidades e conjecturas diversas.
Basta uma constatação: nenhum integrante da Oposição admite composição, atualmente, com o Governo. Eles dialogam, e até se desentendem, para dentro.
Se esses movimentos governistas provocam efeitos de certa desconfiança dentro da classe política, imagine o que não provoca na cabeça do eleitor e até do militante, sempre induzido a pensar que o cenário de candidatura atual pode ser modificado a qualquer momento.
E, se for pra valer mesmo, tudo que a pré-candidatura de João Azevedo – retirada em 2016 – mais precisa é afastar as naturais desconfianças. E isso não é possível enquanto for vista como ‘laboratório’. Ou um dos planos…