Primeiro-ministro do Governo Luciano Cartaxo, em João Pessoa, o que o secretário Zennedy Bezerra diz não são pensamentos isolados. Quando fala, reproduz uma estratégia política eleita no mais íntimo do seu grupo político.
Ontem, no Frente a Frente, da TV Arapuan, Zennedy deu sinais inequívocos de que Luciano e os seus assumiram de vez uma tarefa.
A de tomar para si, definitivamente, o papel de contraponto político e conceitual ao governador Ricardo Coutinho, principal obstáculo para o projeto de disputa ao Governo em 2018.
Luciano já vem dando esses acenos, de forma comedida, em entrevistas recentes. O presidente estadual do PMN confirmou o movimento, semana passada, com a operação de filiações de ex-socialistas ao partido em Pombal e Patos.
Na conversa comigo, Zennedy entrou de sola em Ricardo. Na gestão, ao classificar a terceirização nas escolas de “pedalada” para maquiar a folha de pessoal e burlar a LRF.
O raciocínio? As despesas de pessoal, com contratados, temporários e codificados, serão jogadas para custeio, via organização social.
Na política, a acusação de assédio moral perpetrado pelo governador com sua vice, Lígia Feliciano, a partir da declaração pública de Ricardo de que só sai do Governo se continuar ‘controlando’ o Estado.
E a provocação e cutucada-mor: “O governador disputou praticamente a eleição passada. Ele teve participação efetiva e o seu projeto foi derrotado em 2012 e 2016 por Cartaxo”.
Um pensamento para dizer que Ricardo já foi derrotado por Cartaxo, por isso desperta tanto incômodo e artilharia governista.
Se Ricardo chamou para briga, pelo o que Zennedy disse ontem, o povo de Cartaxo topou o embate.