É bom ou é ruim? Eis a primeira pergunta que se faz diante da escolha do paraibano Raimundo Lira para a liderança do PMDB no Senado.
A dúvida é natural.
A sigla não vive o melhor do seu momento político pelos escândalos que envolvem a legenda e o seu filiado mais ilustre, o presidente Michel Temer.
E o partido tem a missão de conduzir as polêmicas reformas, ainda nem tão compreendidas assim pela população.
O líder, portanto, tem papel decisivo de arregimentar apoios e colaborar na articulação.
Esses são os ônus.
Em contrapartida, há muitos bônus a serem explorados por Lira.
A função, no meio de tantos caciques da vida pública nacional, lhe reveste de mais importância política.
A condição de líder também favorece mais trânsito e desobstrução nas relações com Ministérios, o que abre espaços para catapultar recursos para suas bases.
Por último, o maior de todos os pontos positivos. O senador paraibano chega ao posto sucedendo um bichado Renan Calheiros, no partido de um implicado Romero Jucá, dos presidiários Geddel, Eduardo Cunha e Henrique Alves, e de um investigado Michel Temer, conservando-se limpo.
Um diferencial considerável em meio ao mar de lama.