Passado versus presente. É por aí o discurso que o governador Ricardo Coutinho já ensaia para embasar o conceito de sua sucessão estadual, quando o ano de 2018 chegar.
Nas últimas solenidades oficiais, Ricardo não dispensa uma pregação do que a Paraíba foi e passou a ser depois de sua posse no Governo do Estado.
Esse marco temporal sempre vem acrescido de uma sentença: o passado ele caracteriza como uma quadra de demagogia e promessas falsas.
Nos adversários, Coutinho carimba a pecha de uma casta política que só trabalhou para “arrumar a família”, para cuidar dos seus interesses pessoais ou de grupos. Sinteticamente, resumidos a “o atraso”.
O presente – no script do governador – é um período de prosperidade, transformações e realizações.
Passado, no dicionário ricardista, tem nome: os senadores Cássio Cunha Lima e José Maranhão, com quem já se aliou em tempo não tão pretérito assim.
Como frase de efeito, o mote de Ricardo parece ser eficiente porque estigmatiza seus adversários de hoje.
Isso, o socialista tem conseguido imprimir com alguma competência e feito prevalecer a sua concepção em setores da sociedade paraibana.
Ele vai tentar levar essa dicotomia ao máximo na eleição de 2018, ocasião em que pretende convencer o eleitor a “avançar” e não “retroceder”.
Só tem um detalhe: tudo levar a crer que não enfrentará Cássio e Maranhão, alvos da sua pregação, mas gente como Luciano Cartaxo ou Romero Rodrigues.
Ambos representantes de um novo ciclo e recém-egressos das urnas com passaporte verde das duas principais cidades do Estado.
Aí, restará a Ricardo associar e tentar reduzir os dois – donos de perspectiva de futuro – a meros apadrinhados do ‘passado’.