
Engana-se quem subestima e pensa que o empresário Gustavo Feliciano é “só” o filho do deputado Damião Feliciano (União). Quem conhece minimamente o ecossistema do clã Feliciano sabe que Gustavo sempre exerceu – interna e discretamente na família – papel estratégico interno na escala de degraus políticos. Ele pensa e entende de política e de Brasília. A sua assunção ao cargo de ministro do Turismo, portanto, não deve surpreender.
Uma conjunção de fatores conspirou em favor da chegada do paraibano ao posto: ter no currículo um passagem pela Secretaria de Turismo da Paraíba, ser filho de um deputado da ala dissidente do União Brasil, leal ao governo Lula, e contar com a confiança e simpatia do presidente da Câmara, Hugo Motta.
Nesse particular, Hugo Motta foi decisivo. A nomeação de Gustavo entrou na cota pessoal do presidente da Câmara. Com a entrega do cargo, Lula acenou sim para o União, mas fez um gesto direto a Motta, com quem tem tido uma relação de gato e rato em Brasília.
Para não deixar a menor dúvida quanto a isso, Hugo fez questão de estar na conversa decisiva no Planalto, chancelar a nomeação e registrar diante das câmeras o sentimento de que se sente pessoalmente contemplado pela escolha do presidente.
Investido do poderoso cargo de ministro, Gustavo e a Paraíba têm uma oportunidade histórica soprada caprichosamente pelo destino. Se nosso Estado “vive o seu melhor momento no Turismo” e João Pessoa virou destino queridinho do país, ninguém tem mais autoridade que um paraibano para vender essa receita pelo Brasil.