Quem viu hoje a solenidade do governador João Azevêdo (PSB), em Cajazeiras, deve ter se beliscado para acreditar.No mesmo metro quadrado, os rivais deputados Júnior Araújo (PSB) e Chico Mendes (PSB), a prefeita Corrinha Delfino (PP) e o ex-concorrente Pablo Leitão (PSB), e, de quebra, o ex-prefeito Zé Aldemir (PP), cujo discurso inflamável contra João chegou a ultrapassar a fronteira da irreversibilidade. Um mês atrás, o retrato era quase impossível de ser cogitado.
A improvável unidade de todas – e até então antagônicas – forças políticas da Terra do Padre Rolim é a materialização da recente costura tecida pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), com Lucas, João e Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados. Unindo adversários ferrenhos, o esforço capitalizou o apoio da unanimidade das grandes lideranças da cidade para o projeto do bloco governista.
No seu pronunciamento, o governador João Azevêdo (PSB) alertou sobre a inviabilidade do que seria um voto em Lucas para governador e outro no senador da oposição, Veneziano Vital (MDB), que vai trabalhar para derrotar o candidato do governo. Por analogia, o código de João já estava valendo para quem diz votar nele para senador e em Cícero Lucena (MDB) para governador. Mais que uma frase, Azevêdo deu a senha para um contingente de lideranças mergulhadas numa matemática esperta cuja conta não fecha.
A “Operação Cajazeiras” é o start de uma força-tarefa deflagrada a ser aplicada pelo governo no maior número de municípios estratégicos da Paraíba. João tocando no PSB, Aguinaldo no PP e Hugo no Republicanos. Cada qual batendo a sua meta de juntar todos os lados e diferentes adversários num voto comum, a chapa completa (Lucas, João e Nabor). Se na melindrosa Cajazeiras foi possível…
