Antes de apresentar oficialmente a desistência de disputar, pela segunda vez, o governo, o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) assistiu seu tio, Ronaldinho Cunha Lima, se antecipar e anunciar voto no prefeito Cícero Lucena (MDB).
Se combinada, a estratégia foi de pavimentar o terreno do que virá. Se não foi, a declaração de voto foi constrangedora porque, ainda sem a desistência, soou a adesão, a desembarque familiar.
O fato é que, antes mesmo do ex-deputado, o seu grupo mais próximo já tirou o time de campo.
O deputado Tovar Correia Lima (PSDB) negocia abertamente dobradinha com Mersinho Lucena (PP), em Serra Branca. A deputada Camila Toscano (PSDB) já recebeu Cícero em Guarabira e Ronaldinho nem pediu segredo e foi na frente.
Restaria a Pedro ao menos valorizar o ativo de um milhão de votos e preservar o suspense até o anúncio formal de retirada da candidatura e adesão a Cícero.
Nada disso. Visivelmente sem estímulo para a empreitada, o ex-candidato ao governo tem ensaiado a saída de cena. Ontem, na Rádio Arapuan FM, descartou completamente ser candidato a vice. Hoje, na Rádio Liga FM só descartou mesmo ser candidato ao governo.
Desprovido de apetite real para ser vice, parece inclinado a voltar à Câmara dos Deputados. Mas, tem espaço? Ele já leu que não. Assim, decidiu figurar apenas como “militante” para depois cuidar da vida pessoal, investindo num mestrado acadêmico.
Pedro, portanto, já sabe o que não quer e deu a senha a Cícero Lucena do que até pode querer. De um jeito ou de outro, inaugurou uma nova forma de adesão; à prestação.
