A atitude que se espera de um líder na hora da crise – Heron Cid
Opinião

A atitude que se espera de um líder na hora da crise

10 de novembro de 2025 às 20h33 Por Heron Cid
Governador João Azevêdo em visita ao local atingido pelo rompimento da caixa d'água

Quando Aberfan, na Inglaterra, foi abatida por um desastre numa mina de carvão, em 21 de outubro de 1966, a Rainha Elisabeth II hesitou oito dias até visitar o local da tragédia que matou 144 pessoas. Foi um dos seus maiores e confessos arrependimentos.

Proporções trágicas à parte, o governador João Azevêdo (PSB) poderia ter evitado aparecer no rompimento do reservatório d’água de Campina Grande, incidente que matou uma idosa, deixou traumas e estragos e abalou o sábado ensolarado da cidade.

Eu estava em Campina Grande para uma palestra sobre comunicação quando fui informado por colegas no ambiente do evento: “O governador está vindo aí”! A expressão dos confrades era de certo alívio e resignação.

De fato, a presença da maior autoridade do Estado numa hora de consternação tem significado simbólico. Ao lado do vice, Lucas Ribeiro, e equipe, João foi ao local, viu de perto a devastação provada pela força da água, se solidarizou com as vítimas e determinou providências.

Fez o que se espera de um líder. Líder não transfere culpas, assume responsabilidades. Não se esconde, bota a cara. Não manda recados, vai lá e encara a crise… Sem temer desgastes, críticas e até a revolta das pessoas atingidas pelo problema.

É comum políticos faturarem em cima de situações de bônus. Poucos arriscam a pele ou aparecem nos momentos de ônus. Os líderes são testados na adversidade. João passou nessa prova. E, quando relembrar da triste manhã de 8 de novembro de 2025, não terá do que se arrepender.

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