
Mesmo ocupado demais com os desafios e soluções da Saúde da Paraíba, o secretário Ari Reis despacha todo dia com político. O suficiente para ter captado no seu estetoscópio sintomas de complexas incoerências entre aliados da base governista.
Técnico, mas antenado com saúde da continuidade do governo, ontem em entrevista ao Programa Hora H, na TV Norte, ele passou o bisturi numa doença que poucos secretários e políticos têm coragem de mexer. Por omissão, fraqueza ou esperteza mesmo.
O diagnóstico do secretário identifica sinais de tumores na prática de quem se alimenta do sangue do governo, mas faz transfusão com candidaturas de oposição, incluindo no pacote a do prefeito Cícero Lucena e do senador Veneziano Vital.
Como um doutor que orienta um paciente no consultório, Ari alertou para o perigo de contaminação da convivência dúbia. Cobrou coerência e posição e recomendou conduta de alinhamento: “Quem é João é Lucas”.
Na fala, o secretário carimbou o prontuário de experiências de gestão da oposição com a CID do “atraso”, incompatível, ao seu ver, com os boletins que indicam a Paraíba um paciente “saudável” sob o governo João.
Também apresentou o exame da incompatibilidade entre o discurso de defesa da continuidade do governo João e os estímulos a uma candidatura contra o encaminhamento do próprio João e do seu partido, o PSB.
Parece o óbvio, não fosse a metástase da malandragem em células governistas. A redundância tornou-se prescrição vital. Foi obrigado um jovem médico receitar o remédio que políticos e aliados de cabelos brancos devem tomar. Sem efeitos colaterais.