
Um dia após sair oficialmente do comando do PSB, o deputado federal Gervásio Maia (PSB) deixou o coração explodir: 24 horas da chegada do governador João Azevêdo (PSB), o ex-presidente anunciou a retirada do seu nome da executiva estadual da legenda que presidiu por longos anos.
Por maior que seja o esforço retórico do deputado de tentar justificar a decisão à uma questão de prioridade do trabalho legislativo, o gesto explicita o óbvio; a indisfarçável insatisfação. Um recado transatlântico para João em férias na Europa.
Ele não verbaliza, mas, em verdade, no fundo nunca digeriu o movimento que o removeu da presidência – ele único federal do partido – e abriu o caminho para João.
Na sua declaração ao autor do Blog, em Brasília, Gervásio subiu mais uma oitava e reclamou do “ritmo” das articulações para formação da chapa proporcional que garanta, inclusive, sua própria reeleição.
Incluiu no pacote de mágoas o secretário Ronaldo Guerra, a quem responsabiliza por baixas pontuais na sua base aliada nos municípios. O último caso trata-se da perda do apoio de quatro vereadores de Santana de Mangueira.
Tibério Limeira, secretário-geral do PSB, ouviu tudo e não se calou. Em entrevista à Rádio POP, tascou: “Gervásio reclama muito e ajuda pouco”. E fez um desafio: perguntou quantos nomes Gervásio viabilizou para a chapa de deputado federal que o reelegeu?
Uma pergunta que, naturalmente, deixou espaço para alguém questionar: se o partido teve ou continua tendo dificuldades na chapa proporcional, o que fez para mudar esse quadro o próprio Gervásio – oficialmente presidente até semana passada?
Antes de reclamar e terceirizar culpas, Gervásio também tem o dever de fazer sua autocrítica sobre as dificuldades do PSB. Se olhar com sinceridade nesse espelho, provavelmente enxergará, também, sua penumbra.
