‘Morador de rua atrapalha o turismo’. Em síntese, foi esse o conceito propagado pelo secretário Vítor Hugo, que – ironicamente – carrega nome de pensador francês ativista de causas sociais relevantes do século XIX.
O pensamento do Vítor Hugo contemporâneo dos nossos tempos sobre a inconveniência de gente pobre e suja nas calçadas das belas ruas da cidade foi externado duas vezes.
Em sessão na Câmara Municipal e depois em vídeo para tentar contingenciar a repercussão e reexplicar o conteúdo que, naturalmente, polemizou negativamente.
Sem nem adentrar no mérito da mal colocada frase, pra dizer o mínimo, o cidadão pessosense espectador desta polêmica pode ter ficado com uma sincera e razoável dúvida.
A filosofia lapidada pelo executivo do Turismo da capital da Paraíba é uma opinião restritamente pessoal – se é que é possível separar CPF e CNPJ – ou representa, na verdade, a concepção da gestão municipal sobre o tema.
Essa dúvida só quem pode responder é o prefeito Cícero Lucena, que também herdou nome de famoso romano responsável por reflexões filosóficas e políticas.
Cícero, pensador dos problemas de João Pessoa, pode concordar ou desautoriza o seu auxiliar. Teorizando ou mostrando a prática de governo.