Algum poderoso deve ter logo pensado assim: “É só uma “promotorazinha” querendo aparecer. Daqui a pouco a gente bota ela no lugar dela”.
De fato, “era só” uma promotora, mas a pessoa certa, no lugar certo e na hora exata.
Provocada por denúncias populares, cumpriu seu ‘pequeno’ papel diante de gigantes interesses econômicos e políticos. Nada fácil.
Sua firme e intrépida atuação pelo rigoroso cumprimento da Lei do Gabarito em João Pessoa suplantou as bordas das pressões. Ganhou corpo e aderência de uma cidade inteligente e politizada.
Pela defesa do certo e do legal, também sensibilizou o Poder Judiciário, que tem julgado com altivez e na bússola do interesse coletivo a despeito de todo o jogo pesado por trás dessa batalha jurídica.
Impossível não lembrar dela e de toda essa odisseia ao assistir a sessão do Tribunal de Justiça, ontem, quando o Pleno iniciou arrebatador julgamento da “Norma Jabuti”, enxertada no novo plano diretor da Prefeitura e aprovada pela Câmara, e que, na prática, desfigura a Lei do Gabarito, abrindo perigosa “porteira” para a “boiada passar”.
Uma vitória cidadã de uma guerra que começou do seio popular e da luta inarredável, por vezes solitária, de uma vocacionada integrante do indispensável Ministério Público.
Verdade que as instituições são muito maiores do que as pessoas, mas não não há instituições fortes sem pessoas comprometidas. E é uma dessas pessoas – de carne, osso, coração e alma – que está fazendo a diferença. Quem é essa mulher? É Claudia Cabral! Promotora no superlativo.
