A imolação dos irmãos Carneiro, que chefiam o Solidariedade na Paraíba, fez o conflito entre o grupo do prefeito Cícero Lucena (sem partido) e o do governador João Azevêdo (PSB) derivar da guerra fria para as armas.
Sem dó e nem solidariedade, Lucena desalojou indicados de Eduardo Carneiro, o deputado estadual, e Fábio Carneiro, o vereador, adeptos da candidatura de Lucas Ribeiro (PP) ao governo.
Ambos reagiram com entrevista coletiva e declaração de um rompimento antecipado, na verdade, pelas tintas do Semanário Oficial.
O ato de Cícero foi estratégico. Se quisesse, poderia ter iniciado o movimento pelo PSB, de João, ou pelo Republicanos, de Hugo Motta, mas agiu ao estilo de quem abre as porteiras do aprisco. Primeiro espanta e depois avalia o berro do rebanho.
Como quem come angu quente na sua São José de Piranhas, o prefeito começou pelas beiradas e deflagrou a assepsia da gestão pela periferia política.
Com o primeiro tiro disparado em Água Fria, aguarda-se qual será a reação da Granja Santana e de João, cujo governo abriga alguns defensores e articuladores da candidatura de Cícero. Uns aberta e outros matreiramente.
Não será surpresa, portanto, se houver bala trocada e se o governador também começar a agir. Ou, melhor, reagir.