Ninguém pode negar. Seja como deputado federal, seja como candidato ao governo, Pedro Cunha Lima (PSD) se associou a pautas interessantes e até adotou algumas posturas anti-sistema, de certa forma.
Resistir à promessa de entrega da secretaria de Educação teria lhe custado a perda do decisivo apoio do Republicanos. Verdade ou não, foi o que ficou para a posteridade dos bastidores do segundo turno 2022.
Foi nessa eleição que o então deputado fez de uma frase atribuída a Vítor Hugo um lema de campanha: “Não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou”.
Esse mesmo Pedro está agora entre o sopro da juventude de suas ‘utopias’ e o velho pragmatismo político, rendição que costuma ditar as regras das escolhas no jogo do poder. Especialmente na nossa Paraíba.
A reconfiguração do quadro pré-eleitoral, pós-rompimento do prefeito Cícero Lucena com o governo, coloca Pedro num beco estreito desse capítulo da história política paraibana.
Em nome da coerência e dos sonhos, pode manter uma candidatura de oposição para debater uma “agenda de Estado”, no dizer dele em entrevista, ontem, ao Programa Hora H, da Rádio POP FM e Rede Mais Rádios.
Ou…
…Declinar das ideias de oposição que julga poder representar e escolher apoiar uma outra candidatura que o represente. Até nisso, precisará se submeter à nova eliminação.
Subir no foguete de Efraim Filho (Uniã0), parceiro da dura caminhada de 2022, ou pegar o atalho e embarcar no avião do projeto de Cícero, governista até pouquíssimo tempo.
Jovem de 37 anos, Pedro Cunha Lima tem uma séria decisão a tomar. Uma escolha para os próximos meses que vai influenciar muito seu futuro pelos próximos anos. E o conceito do seu discurso, também!
Pedro (ao centro) entre o avião de Cícero (esquerda) e o foguete de Efraim (direita)