Passei lotado e levei falta na ‘Crônica de Domingo’, no Dia dos Pais. Não consegui escrever sobre o tema, porque (adivinhem!) estava sendo pai. Aí entre a obrigações com os leitores e com os filhos, bati ponto na primeira opção. Perdoem-me, mas, como vêem, foi por uma boa causa.
Cansado de longa viagem noturna até o raiar do sol, acordei no meio da manhã para a odisseia de pegá-los, um por um, três, mais o sobrinho, até juntá-los com os dois que moram comigo para o almoço dominical.
Valeu o esforço e foi formado o quinteto. Nada me alegra mais que a mesa cheia de filhos e agregados. O namorado da primogênita e única mulher da récua, integrou-se ao grupo. Aos poucos, estou me acostumando com a ideia. Também a moça já tem 21 anos…
Deleito- me quando consigo sentá-los em círculo comigo na cabeceira da mesa. Sempre sonhei com isso e uma família numerosa já não é mais a prece e meu sonho de consumo. Virou realidade que degusto saborosamente.
Se houvesse somente um sentido terreno para a vida, diria logo que a paternidade justifica a existência neste plano. Cumpri o mandamento de Deus, cresci e multipliquei a descendência. Minhas sementes estão por aí e atendem pelos nomes de Herla, José, Cleiperon, Benjamim e Daniel – nessa ordem cronológica.
Só não tive mais porque Marly, minha esposa, deu a prole por encerrada. Eu, obediente, atendi. Também, porque, sendo sincero, o meu contracheque de jornalista já não tem espaço para pensões e outras despesas do gênero.
Diferente do limitado bolso, meu coração cabe a abundância deles em lugar especial e insubstituível. Nas diferenças de cada um, amo todos por igual. De um jeito único para cada amor, cada olhar e cada gesto.
Na singeleza da mesa do almoço de domingo, vejo o melhor da vida diante dos meus olhos. Eles me chamam de pai e eu os chamo de felicidade – o sinônimo de filhos.