A reação do prefeito Cícero Lucena (PP) à contundente entrevista do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) seguiu script de escala gradual. Foi do silêncio inicial, à moderação no meio e a ênfase nessas horas finais.
No compilado das três fases, nenhum sinal de recuo ou reposicionamento. Ao contrário.
Lucena não só mantém a dissidência do projeto oficializado por Aguinaldo de candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como tem, polida e sutilmente, contestando o encaminhamento partidário.
“Eu invoco Garrincha, tem que combinar com o povo”, cravou, recorrendo ao jargão futebolístico.
Na entrevista à Rádio Arapuan FM, Cícero reiterou a pretensão e até ironizou a entrevista de Aguinaldo ao Programa Hora H, da Rádio POP FM. “Ele falou nessa entrevista mais do que em toda vida política dele”.
Sobre a palavra traição, repetida várias vezes por Ribeiro, o prefeito contrapôs: “Não estou descumprindo coisa nenhuma. Não teve conversa nem para sim, nem para não”.
Dado o cenário comprimido no PP e diante da senha de Aguinaldo, Cícero treplicou: “Se é essa a regra dele (Aguinaldo), eu ainda continuo no grupo, para defender a possibilidade da minha candidatura se eu estiver melhor, mesmo fora do PP”.
Da fala do prefeito se depreende uma leitura lógica: instado pelo comando do seu partido a puxar o freio de mão, Cícero Lucena fez o inverso; passou a segunda marcha e acelerou.
Desafiando quem quiser pará-lo.