Se a pré-campanha da Paraíba fosse um campeonato de automobilismo seria possível dizer que o carro de Efraim Filho (União) saiu da pista com o advento da federação União Progressista e o senador foi ultrapassado pelo ex-deputado Pedro Cunha Lima ao ser este turbinado pelo PSD.
Como uma corrida tem muitas voltas, Efraim até estacionou no pit stop, desacreditado pela tendência da Ferrari da federação ficar sob controle da equipe Ribeiro, mas não desistiu.
Enquanto via o movimento dos concorrentes, ele deu uma seta para a direita conquistando o apoio do PL e do bolsonarismo e embaralhando o autódromo político, inclusive da oposição.
Efraim tem agora a opção de se filiar ao PL, o que é mais provável, ou de fazer desse ativo um argumento de viabilidade para continuar brigando pelo controle da federação, o que é menos provável, apesar da sua arquibancada ainda torcer e sonhar com essa virada.
Na pior das hipóteses, com a potente estrutura do PL – fundo eleitoral e tempo de propaganda no rádio e na TV -, o senador já conseguiu uma vitória familiar. Viabilizou chapa para o irmão, deputado estadual George Morais, correr em condições de competitividade ao pódio da Câmara Federal.
Mesmo assim, o enlace com o PL é uma faca de dois gumes.
Ao tempo que ganha um eleitorado fiel ao seu líder (Bolsonaro), o senador também se afasta de públicos antipáticos ao que representa a prática e mensagem bolsonarista. Efraim, portanto, decidiu correr o risco e fez uma escolha que, pelo menos, já garante uma boa largada.
Ele está de volta à pista. E com muita vontade de ultrapassar Pedro nas próximas curvas.
Pedro Cunha Lima e Efraim Filho com foguete pronto para ultrapassagem
