Walber Virgolino, a metralhadora de polêmicas – Heron Cid
Opinião

Walber Virgolino, a metralhadora de polêmicas

22 de julho de 2025 às 16h58 Por Heron Cid
Deputado estadual convive no malabarismo do bônus e ônus de ser quem é (Foto: divulgação)

Walber Virgolino, deputado estadual do PL, diz o que pensa, mesmo quando não pensa no que diz. No Programa Hora H, da TV Norte-PB, ontem, ele cravou uma frase arriscada, mas polêmica, bem ao seu estilo.

“Eu não vou dizer que estou torcendo que ele seja preso, jamais vou fazer isso com Bolsonaro, mas ele na cadeia ajuda mais que solto”. O autor deste Blog perguntou a razão. “Porque vai haver a comoção pública”, respondeu. Para surpresa de ninguém, bombou na imprensa e nas redes sociais.

Analisada isoladamente, a declaração soa logo como insensibilidade de um ‘mui amigo’. Lida no contexto real, é lógica: a martirização de Bolsonaro dá um discurso de perseguição à direita e insufla a já instigada militância bolsonarista.

Walber teve a coragem (ou impertinência) de dizer no microfone o que quase todo mundo cogita em rodas de conversa ou nas mesas de boteco. Só que verbalizada por um bolsonarista tem outro peso e pode ser usada pelos seus adversários. E foi.

Adversários internos do deputado tiraram a casquinha. Simpatizantes de Lula e torcedores da prisão do “capitão” vibraram. Rápido no gatilho, Walber tratou logo de se vacinar (sem ironia!) na sua própria rede social e pediu a interpretação correta..

Como disse na entrevista o próprio Virgolino, ao defender Eduardo Bolsonaro no caso da tarifa de Trump, não dá pra fazer omelete sem quebrar os ovos. Se o estilo tem bônus também confere ônus. Ou seja, não dá pra ser estilingue sem também se ferir nos estilhaços.

Em uma hora de entrevista, ele confessou que já ter recuado de muitas postagens e posições, quando reconhece ter sido injusto. Não é o caso do que deixou escapar sobre a decantada prisão do seu líder. Não foi maldade, foi excesso de sinceridade.

Mas, justiça se faça, esse foi apenas um dos disparos da metralhadora de Walber, municiada com carga alta carga de polêmica. Ele ainda carimbou Pedro Cunha Lima de alguém mais ‘esquerdista’ e atirou contra o governador João Azevêdo (PSB): “Eu não sei quem vai ganhar para senador, sei quem vai perder, João Azevêdo”.

Quer mais? Se disse traído pelo deputado federal Cabo Gilberto (PL) e pelo radialista Nilvan Ferreira e avisou a Marcelo Queiroga: “Se Nilvan entrar no PL eu saio”. Chamou a gestão municipal de Cabedelo de “bebê reborn” de Cícero Lucena e correu longe da disputa ao Senado: “Não vou fazer graça e perder meu mandato”.

Walber sendo Virgolino.

O autor deste Blog na entrevista com Walber Virgolino, no programa Hora H, da TV Norte-PB (Foto: divulgacão)

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