Pior do que decidir errado é não decidir nada, que também é uma decisão. Escolher é ter a coragem de perder. Pastor Sérgio Queiroz fez a sua escolha. E, certamente, não foi fácil, porque, em paralelo à sua genuína vocação ministerial, há latejando no coração dele um ser político. Igualmente legítimo.
E esse dilema tem lhe perseguido nos últimos quatro anos. O pastor de multidões e o cidadão que deseja oferecer sua colaboração com a elevação do nível das posturas e ações políticas. São dois em um, mas que nem sempre cabem em si, na prática.
Sérgio terminou 2024 muito empolgado com o cenário. Ao autor deste Blog, em novembro do ano passado, na Hora H, da TV Norte Paraíba, revelou-se crente de que havia espaço para ele entrar no segundo voto de senador. Um semestre depois, tomou outro rumo.
Deve ter exigido muita reflexão pessoal para ele aceitar e topar disputar o Senado em 2022, com todos os riscos implícitos. Da mesma forma, também deve estar sendo igualmente melindroso decidir cortar na carne e dizer ‘não’ à eleição de 2026.
Em tese, numa nova disputa, ele estaria mais experimentado, conhecedor do terreno pedregoso da política, e mais vacinado contra erros próprios de noviços. Dessa vez, poderia contar com o apoio de Bolsonaro, o que não teve (e fez muita falta) na eleição anterior.
Mas, disputar novo mandato o obrigaria, mais uma vez, se licenciar de suas atividades e permitir seu Ministério novamente ficar no alvo do escrutínio público, e se submeter a desagradar frequentadores dos cultos e até perder membros da Igreja Cidade Viva.
Qualquer decisão, qualquer uma, implicaria em perdas. Sérgio Queiroz domou o político e reabraçou o pastor. Escolheu perder o posto menor.