PP não resolve 'problema' de Lucas, enquanto Cícero achar que é 'solução' – Heron Cid
Opinião

PP não resolve ‘problema’ de Lucas, enquanto Cícero achar que é ‘solução’

4 de julho de 2025 às 14h36 Por Heron Cid
Cúpula do Progressistas da Paraíba; tratamento da conciliação ainda se mostra ineficaz

Todo problema tem solução. Se não tem solução, não é um problema. A filosofia de boteco faz sentido. Em 12 de maio passado, o governador João Azevêdo (PSB) foi questionado pelo autor deste Blog no Programa Hora H, da TV Norte Paraíba, sobre o problema interno do PP. João cravou: o PP é quem tem que resolver sua disputa interna.

Falava do ‘problema’ do impasse entre o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) – o candidato “natural” –  e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena – líder das pesquisas até aqui.

Quase dois meses depois, a receita prescrita pelo governador não evoluiu para tratamento eficaz e estancamento da sangria crise, que só se avoluma.

Se de um lado a perspectiva de poder de Lucas cresce cada vez mais na proporção do avanço do calendário e das declarações de João pela candidatura ao Senado, do outro Cícero Lucena demonstra cada vez menos disposição de baixar a guarda.

Muito pelo contrário. O prefeito da capital palmilha o chão dos territórios paraibanos com presença política e recados repetidos. Um dos últimos foi milimetricamente calculado.

Perguntado pelo repórter Napoleão Soares sobre sua pré-candidatura, o prefeito sentenciou: “Minha pré-candidatura é irreversível. Só Deus, em primeiro lugar, e o povo, caso não queiram meu nome, me tiram desse projeto”.

A fala coloca na dianteira da prioridade os desígnios divinos e a vontade popular e deixa em segundo plano o próprio PP, o governador João Azevêdo, condutor do processo, e até o arco partidário.

Ao jornalista Levi Dantas, hoje, na Rádio Líder FM, em Sousa, o prefeito da capital cobrou critério da base governista para definir a chapa e pediu justificativa para ele não ser o ungido do grupo.

Abertamente, Cícero intensifica o movimento em faixa própria, estica a corda e aumenta – a cada dia – o tamanho do “problema” para a direção estadual do PP, o seu partido.

E para o PP vai ficando ainda mais difícil resolver essa equação enquanto quem é visto como ‘problema’ permanecer convencido, irreversivelmente, de que é a ‘solução’.

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