Em “A Arte da Guerra”, Sun Tzu aconselha: “Vencerá aquele que souber quando lutar e quando não lutar”. Adriano Galdino (Republicanos), presidente da Assembleia, decidiu que a hora é de lutar pela ocupação do terreno político de candidato a governador da Paraíba.
Afeito ao confronto, Galdino botou a faca nos dentes. Começou com a teoria de candidato identificado com Lula. Calculou o custo e passou a fazer declarações favoráveis ao presidente. Uma atrás da outra e estrategicamente na presença de ministros e interlocutores presidenciais. Um dos seus vídeos viralizou e chegou ao manda-chuva do PT.
Nas festas juninas, ele dobrou a aposta. Em Pocinhos, seu quartel general, no palco oficial do Arraial do Cariri, Adriano chegou a ser anunciado a plenos pulmões pelo locutor do evento como “futuro governador da Paraíba”. De lá de cima, como maestro de uma orquestra, puxou o coro para “Luiz Inácio Lula dá vida”.
Nessa segunda, Galdino saiu da teoria e avançou para a prática. Silenciosamente, embarcou no fim da manhã para Brasília. Pouca gente sabia da viagem e do objetivo dela. Na boca da noite, sua assessoria soltou o motivo que o levou à capital federal. Na imagem, o resultado de um encontro com a toda poderosa ministra Gleisi Hoffman, figura da primeira grandeza do núcleo de comando do PT.
A mensagem da foto não carece de tradução. Adriano intensifica seu movimento de ocupação do espaço ligado a Lula, órfão na Paraíba de defensores com coragem de se expor na defesa de um governo desgastado.
Ele, todavia, sabe que associar a imagem à Lula não é suficiente para garantir transferência de votos e apoio. O histórico recente não anima muito. Basta puxar o resultado dos candidatos de Lula ao governo e ao senado em 2022. E a preocupação estratégica nacional do PT não é com candidaturas ao governo no Nordeste. A prioridade é eleger uma base de deputados federais e senadores para o próximo Congresso.
Mas não é isso que o presidente da Assembleia quer e aposta. De ingênuo o deputado não tem nada. Na guerra, cada um luta com as armas que tem. Imprensado no jogo quase definido da chapa governista, Adriano achou sua arma. É a munição que ele tem para usar agora. Um aviso que está disposto à guerra e se, cair, cairá atirando. Quem arrisca ficar na linha de tiro?