Dora Kramer, em artigo na Folha de São Paulo: “Agora Lula vem de tentar reeditar o dístico “nós contra eles”, marco inaugural da divisão radicalizada do país. Antes punha de um lado os apoiadores do governo e do outro os críticos. Na versão revisada, são os ricos para lá e os pobres para cá. Aos nem tão pobres nem tão ricos, pelo jeito reservam-se as batatas. Pois é justamente esse meio de campo que o presidente precisa atrair para, antes de pensar em ganhar a eleição, subir muitos degraus na escala daquilo que os cidadãos consideram um bom governo. Essa possibilidade ele interdita na opção preferencial por um estrato da população, excluindo os demais que lhe garantiram em 2022 o poder conquistado sob a promessa de amplitude e união”.