Se espremermos as principais festas de São João no Nordeste, o copo de forró tem dificuldade de chegar na metade. Cuité, no Curimataú paraibano, cometeu a ousadia de decretar uma lei: lá a festa só toca o suco autêntico.
O município serrano botou na praça uma programação do supra-sumo nordestino. No palco, vai ter de Tom Oliveira na abertura, nesta sexta-feira (20), a Amazan e Jorge de Altinho pelo meio, a Elba Ramalho no encerramento, teria-feira, dia 24.
Só pra citar algumas atrações de um elenco em que a batida principal é sanfona, triângulo e zabumba.
A decisão política do prefeito Caio Camaraense é uma boa notícia e deve ser comemorada pelos amantes do ritmo e defensores da originalidade da festa junina, cuja característica tradicional todo ano é ameaçada de extinção pelos modismos de ocasião e a sanha dos lucros dos empresários do ramo.
Para quem se ressente da escassez do repertório genuinamente junino, ou para quem ainda não abriu mão de viver um São João com cara de São João, Cuité virou trincheira e lugar da boa resistência.
Nesse deserto de forró legítimo, o oásis é mais perto do que se imagina. Fica a 218 km de João Pessoa, 113 km de Campina Grande e 116 de Patos.
Com um bônus adicional; o clima ameno combina com a noite aquecida ao som de qualidade. Se forró pé de serra está em falta por aí, em Cuité – localizada 750 metros acima do nível do mar – tem forró cabeça de serra. E pode fazer a cabeça de muita gente.
Caio Camaraense, prefeito de Cuité, contraria a onda e faz do forró a lei do São João da cidade