Peregrino de Santiago de Compostela, Cícero Lucena (PP) está habituado a conviver em ambientes adversos. Nada se compara, porém, ao que ele viveu os últimos dias e noites em Tel Aviv, capital do conflagrado Israel.
Confinado num alojamento subterrâneo, desde a última quinta-feira à noite, o paraibano precisou manter a serenidade em meio ao fogo cruzado de do país com o Irã, potência nuclear do Oriente Médio.
Numa zona de tensão de bombardeios recíprocos, nem os chamados bunkers são seguros. O serviço de emergência israelense, por exemplo, confirmou hoje; duas pessoas morreram após um míssil iraniano atingir diretamente o bunker onde estavam abrigadas.
Após uma operação de resgate envolvendo Itamaraty e articulação governamental e particular do próprio prefeito, Cícero atravessou o território mais vulnerável e chegou a Jordânia. Deve desembarcar, enfim, nesta terça-feira no Brasil, em segurança.
Pela circunstância, curiosamente a guerra de Israel provocou cessar fogo nos conflitos políticos paraibanos, bastante inflamáveis até semana passada. Houve compreensiva trégua e restabelecimento de contatos de solidariedade e ajuda.
Mas quais lições, sinais e sentimentos essa experiência de perigosa travessia trará ao ser humano e político Cícero Lucena? Mais do que nunca, ninguém erra ao dizer que ele, que já morreu e renasceu na política, é um sobrevivente.
Uma coisa é certa. Para quem viveu o que passou nas últimas horas, pouca coisa daqui para frente será capaz de causar-lhe medo.