Acossado por pressões internas, em 7 de setembro de 1822, o imperador dom Pedro I declarou independência do Brasil em relação ao Reino de Portugal. O ato ficou conhecido como o ‘Grito do Ipiranga’, porque fora oficializado as margens do riacho do mesmo nome, no interior de São Paulo.
Milhas de distância da Paraíba, o prefeito Cícero Lucena (PP) escolheu a icônica Israel para – a quem interessar possa – se declarar livre para tomar suas decisões. E que ninguém fala por ele em matéria de aliança em 2026.
Para não deixar dúvidas, acrescentou ao seu pronunciamento que só “negocia com o povo”. Uma implícita associação à última pesquisa Anova/PBAgora, em que o prefeito figura na liderança das pesquisas, um ano antes das convenções de junho do próximo ano.
Com essa estratégia calculada, Lucena refuta especulações de prévio fechamento de chapa em que seu nome não está na cabeça e nem há qualquer garantia da presença de alguém com seu DNA, vide o filho e recém estreante na ribalta política, o deputado federal Mersinho Lucena (PP).
Está dizendo, ao seu modo e estilo, que o grupo governista não dobrará fácil sua pré-candidatura. Foi a forma, também, de contestar a tese difundida na ágora paraibana segundo a qual Aguinaldo Ribeiro, chefe político do PP, “resolve” Cícero.
O recado, todavia, tem alcance mais amplo e chega também ao birô do governador João Azevêdo (PSB), este decidido a disputar o Senado, com clareza de que, nesse cenário, vai com o vice-Lucas Ribeiro (PP) na companhia de chapa para a disputa vindoura.
À semelhança de dom Pedro I, Cícero deu o seu Grito de Independência. Bem no país de outro famoso rio – o Jordão – e dois dias após receber de Cássio Cunha Lima um batismo com acesso aos portões dos ceús da oposição. A próxima estacão é deixar o templo do PP?