(Brasília) – No meio do discurso no Congresso Nacional do PSB, neste domingo (1º), em Brasília, o presidente Lula (PT) olhou diretamente para o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e fez em público, pela primeira vez, o que já vinha fazendo nos bastidores de encontros e agendas oficiais: um apelo para que o socialista paraibano se disponha a disputar o Senado da República, assim como outras lideranças do chamado campo progressista.
“Em 2026, nós precisamos pensar o seguinte, companheiro João, precisamos eleger senadores da República”, disse Lula se dirigindo a João Azevêdo.
E justificou: “Porque se esses caras elegerem a maioria dos senadores eles farão uma muvuca nesse país. Então, é importante a gente levar em conta que onde é impreterível, necessário, a gente ter candidato a governador. Agora, para o Brasil onde é necessário eleger senadores”.
Na fala, Lula complementou a argumentação estratégica. “E muitas vezes precisamos pegar nossos melhores quadros eleger senador, deputado federal, porque precisamos ganhar a maioria no Senado, porque senão esses caras vão avacalhar com a Suprema Corte”, numa referência indireta às ameaças do bolsonarismo de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.
O recado foi claro, direto e imediatamente interpretado pela delegação da Paraíba presente ao Congresso, realizado no Centro de Convenções Brasil 21. Foi mais do que um convite pessoal, mas uma convocação de estratégia política nacional do governo Lula.
A mensagem ficou ainda mais explícita pela reação do chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. Sentado ao lado de João Azevêdo, Macêdo abriu o sorriso e cochichou no ouvido de João, cuja reação também não deixa dúvidas: gostou do que ouviu.
Se faltava um motivo para João fazer essa escolha, Lula acabou de entregar um grande. E diante de uma plateia seleta e dos olhares da política nacional.