O prefeito Cícero Lucena (PP) viajou. Durante uma semana, Leo Bezerra (PSB) o vice cumpriu o script e pilotou a cidade em período chuvoso e estado de alerta, momento que receita muita confiança – da parte do prefeito – e muita disposição – da parte do vice.
Essa nova viagem de Cícero à Europa, já concluída com o regresso formal, proporcionou a décima segunda transmissão da função para o seu vice. Em nenhuma delas houve sobressalto ou problemas. Leo deu conta do recado e, como sempre, se saiu bem.
Na Bíblia, 12 é o “número do governo completo”. Jacó teve doze filhos, Israel era dividida em doze tribos e Jesus escolheu doze apóstolos.
A sintonia do experiente prefeito e do carismático vice não passa por teologia, óbvio. Na verdade, representa nos versículos do poder o resultado de uma sólida construção política e recíproca afeição pessoal.
E, no púlpito cotidiano, Cícero faz questão de ungir Leo e vender o slogan que a cidade tem dois prefeitos – o que tem muita simbologia para dentro e para fora. Tanto que esse conceito é replicado pelo seu secretariado e por servidores e comissionados no Centro Administrativo de Água Fria.
Ou seja, além de referendar seu vice, Lucena age dando espaço, outras missões executivas a Leo que vão acostumando a cidade à uma virtual licença definitiva, possibilidade ampliada com os movimentos de pré-candidatara ao governo.
Em cada transição, como nessa última, o prefeito reforça o moral do vice e este corresponde com indiscutível lealdade. Nessa parceria recíproca de cinco anos – ponto fora da curva na tradição da relação de titular e vice – a imagem dos dois se fundiu. Cícero é Leo e Leo é Cícero. Disso, ninguém pode pedir licença para duvidar.