Tem medalhas quem honram o homenageado. Tem homenageados que honram a homenagem. É o caso da entrega hoje da Medalha Lena Guimarães ao mérito jornalístico de Wallison Bezerra, talentoso e digno profissional com quem divido a redação e microfones há dez anos.
A solenidade de entrega pela Assembleia Legislativa da Paraíba se revestiu de maior valor pela referência da comenda que leva o nome da mulher de maior protagonismo da imprensa paraibana. Lena Guimarães fez história e abriu caminhos para muitas mulheres em postos de comando no jornalismo.
O carimbo da autoria da iniciativa reforça o prestígio da concessão. O deputado Hervázio Bezerra (PSB) não é dado a elogios fáceis. Pelo contrário, é parlamentar crítico e muito mais afeito aos embates. Dele já recebi respeitosas ligações com sugestões ou correções de deslizes cotidianos.
O homenageado tem todos os méritos. Ele é um vencedor. Lembrando a canção de Caetano, eu vi esse “menino correndo” como estagiário nas redações. Depois vi o tempo forjando o produtor destemido, o repórter vigilante e o apresentador responsável.
Wallison é daqueles jornalistas que não estão na profissão pelo que o jornalismo pode dar, mas pelo o que pode doar ao ofício. E sua maior colaboração é a precoce convicção de que esta profissão é um instrumento de cidadania.
Isso meu amigo e colega de batente exerce com profundo compromisso na apuração, no senso crítico, na visão de cobrança e no espírito de cooperação altiva na solução de problemas que afetam cidadãos anônimos e invisibilizados.
Sou testemunha de inúmeras pautas de sua lavra transformadas em matérias e denúncias de problemas, cujo desfecho resultou em intervenções de autoridades para soluções e medidas de interesse público.
Para quem diz por aí que o jornalismo morreu, jornalistas com a postura de Wallison Bezerra renovam o oxigênio de uma imprensa altiva e ativa. O pulso ainda pulsa e continuará vivo enquanto estiver na veia de meninos, como aquele garoto da Beira da Linha de Mandacaru, o sonho de mudar realidades.