Essa é a história de um viajante perdido na imensidão das estradas que se achou – sem mapa e sem destino – onde menos esperava. Feito quem encontra o que (quem) a vida inteira buscou, sem saber direito.
Tão longe e tão perto, tão difícil e tão fácil. Um atravessar da esquina, um piscar de olhos, uma mensagem repentina para a vida toda. E de repente fica rindo à toa sem saber por que…
E assim, na contraluz da simetria das tuas ondas meus olhos de nuvem se encandearam no teu rosto de sol. Um ímã, uma sereia, miragem a chamar para mais fundo.
Eu – naturalmente rio – desaguei com “pressa de viver” nesse teu mar revolto, transparente, sorridente e cheio de mistérios. Soltei as velas dos medos, me despedi do barco, sem olhar para o cais, e me banhei inteiro no oceano de você.
Ora brisa, ora tempestade e todo tempo sentimento. Calmaria nas areias brancas, redemoinhos cotidianos e tsunamis de emoções na travessia. De alegrias, lágrimas e perdões.
Quando o desencontro vem e ameaça a continuidade da jornada, quando tudo escurece em noite fria e de chuva, duas “estrelas da manhã” brilham para nascer nosso novo dia.
Sentadas no sofá da sala, gritando na varanda, pulando pelos vãos, na cama ou no peito, preenchem os espaços de silêncio e espalham o som e o sorriso de Deus sobre o chão da casa.
Já são dez anos daquele ‘sim’ dito ontem. Parece que foi hoje. Porque será amanhã. E a vitrola tocará Vanessa outra vez. “Ainda bem, porque senão como seria essa vida”? Essa carta, “desse tal alguém”, é só pra dizer a você – que “quase disse não” – que “meu coração é teu”.