A diferença entre o “Viva o SUS" e o “Vivo o SUS” – Heron Cid
Opinião

A diferença entre o “Viva o SUS” e o “Vivo o SUS”

17 de abril de 2025 às 13h16 Por Heron Cid
Secretário de Saúde agora tem testemunho do paciente Ari Reis sobre o sistema que um fala e o outro viveu

Nós não somos o que dizemos, somos o que fazemos. Na pandemia, foi comum ver certos políticos, e políticas, dando vivas ao SUS no discurso, e saindo recuperados em cadeiras de rodas de hospitais privados bancados por poderosos planos de saúde. Sem qualquer constrangimento do diagnóstico que separava narrativa e prática.

O secretário de Saúde da Paraíba, Ari Reis, foi diagnosticado com uma crise de apendicite aguda. Para a cirurgia, o gestor escolheu o Edson Ramalho, hospital público administrado pela PBSaúde. O procedimento foi realizado, ontem, com sucesso pelos cirurgiões Cícero Ludgero e Alexandre Tamiro e o anestesiologista Marcos Ester, colegas do paciente e chefe. O jovem médico passa bem.

Em 2023, o governador João Azevêdo (PSB) teve atitude semelhante. Ao invés de pegar avião do Estado e ser operado no padrão Sírio Libanês, o que dez em cada dez político prevenido faz, foi ao Hospital Metropolitano de Santa Rita para se submeter à cirurgia do coração. Está aí vivo e com saúde para contar a história.

O gesto foi pedagógico. Ari Reis, o responsável pela saúde pública estadual, foi à mesma mesa de operação por onde passam a maioria dos paraibanos e paraibanas necessitados desse serviço funcionando bem. Nem João, nem Ari e ninguém com juízo fariam essa escolha se não tivessem segurança da estrutura disponível e da qualidade das equipes. Não é retórica, é realidade.

Digo, com convicção, mesmo ainda com suas históricas deficiências e demandas, a saúde da Paraíba evoluiu muito no governo João Azevêdo. E essa evolução é fruto sim de uma decisão política do governador de elevar consideravelmente os investimentos da área. Foi ele quem deu orçamento e carta branca a gestores com a competência e compromisso público do nível Geraldo Medeiros, seguido pelos seus discípulos e sucessores, Jhony Bezerra e Ari Reis, que avançaram nas conquistas.

É importante reconhecer o Opera Paraíba, com mais de 100 mil cirurgias, entre elas a bariátrica. O Coração Paraibano, que salva gente simples antes sentenciada à morte por um infarto e outras doenças cardíacas. O Paraíba Contra o Câncer tirou a população da completa dependência exclusiva das fundações no tratamento oncológico. O programa de UTI aérea, exclusividade até ontem de poucos ricos e afamados, tem cortado os céus dessa Paraíba entregando uma chance de salvação a pobres e anônimos. A reativação e ampliação do sistema de transplantes… Coisas que parecem simples, mas nunca foram eram feitas antes. Ponto!

Daqui pra frente, quando questionado, o secretário de Saúde da Paraíba já não precisa defender tanto com palavras o sistema público de saúde que lidera. O paciente Ari Reis tem testemunho melhor e mais eloquente para dar. Se uns verbalizam política e hipocritamente aquele bordão fácil e bonitinho, ele, ao invés de dizê-lo, preferiu vivê-lo. Quem grita “Viva o SUS’ pode trocar por “Vivo o SUS”. Sim, na primeira pessoa do singular. Alguém conhecido a mais na fila?

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