“Eu tenho pra vender/ Quem quer comprar”? Na feira de mangaio da política paraibana tem de tudo e mais um pouco. Muito mais do que enxergaram Sivuca e Glorinha Gadelha na icônica música do cancioneiro nordestino. Cícero Lucena (PP), prefeito de João Pessoa, já viu isso e não ficará de fora do balaio da sucessão estadual.
Logo quando se reelegeu, e bem, por sinal, o prefeito largou o discurso acautelado e passou a deixar 2026 lhe levar. Ora com declarações admitindo o seu óbvio interesse, ora cumprindo agendas políticas além da ponte do Sanhauá, o script tradicional de outros antecessores de olho na cotação do Palácio da Redenção.
Presença no ‘mercado’ eleitoral desde a década de 90, Cícero precifica seu produto político no atacado e no varejo.
Valoriza o próprio prestígio eleitoral, elevando o potencial do seu nome na bolsa de apostas da eleição vindoura, bem como capitaliza em terceirização.
Aí entra a indicação do filho e deputado federal Mersinho Lucena (PP), carta já colocada várias vezes na mesa em reuniões internas nos cafés de Brasília e chás da Granja. Talvez, a que realmente o prefeito joga para valer, porque não precisa deixar de tomar café quente em Água Fria até 2028.
Piloto da Prefeitura da Capital – máquina de força indiscutível e dono de elevada aprovação de gestão -, Cícero tem indiscutivelmente prestígio, influência e voto para ‘vender’. Quem da banca governista vai deixar de ‘comprá-lo’ para a chapa?