A retomada de Pedro ao front, a batalha do dia 28 e a nova 'balança' da oposição – Heron Cid
Opinião

A retomada de Pedro ao front, a batalha do dia 28 e a nova ‘balança’ da oposição

8 de abril de 2025 às 13h17 Por Heron Cid
Ex-candidato ao governo trabalha para reeditar candidatura e nova conjuntura partidária pesa a favor de sua estratégia

Depois dos últimos dois anos em período quase sabático, sem mandato e com tempo livre para leituras de romances, violão e até para exercer o magistério e assumir sala de aula no Curso de Direito no Uniesp, o ex-deputado Pedro Cunha Lima caminha para  fazer a metamorfose da fase soft e retomar, com mais foco, ao front da arena política.

Como em política não há coincidências, a decisão pela escolha do próximo dia 28 para o evento que consumará sua ascensão à presidência estadual do PSD é um gesto emblemático. É a mesma data na qual o governador João Azevêdo assumirá, enfim, o comando do PSB, em festa que promete juntar lideranças para deflagrar o novo momento da legenda socialista na Paraíba.

Pelo tom da entrevista ao autor do Blog, no Programa Hora H, da TV Manaíra, o ex-candidato ao governo se revela determinado a se manter como contraponto direto e mais incisivo, dentro da oposição, ao modelo de gestão que confrontou na eleição de 2022. Esforça-se para ser a principal voz de resistência ao grupo governista.

O movimento de arrebatamento do PSD, partido até então da base governista, e a opção de realizar ato político no mesmo dia do adversário carrega uma simbologia direta. Se não dá pra medir forças com o partido do governo, por razões óbvias, investe-se em dividir os holofotes da data, as atenções do eleitor, as manchetes da imprensa.

Por premeditação direta, ou não, o próximo dia 28 servirá de termômetro para a ágora política. E o que seria para Pedro apenas um evento formal de oficialização de filiação deve, conforme as próprias palavras dele na entrevista, desaguar em encontro das forças de oposição, com presença suprapartidária. Uma espécie de demarcação de território.

O ato, porém, não pode ser encarado pelas lentes isoladas de quem vê de dentro para fora. Há, também, um olhar para dentro.

A conquista do PSD e o processo de fragilização do senador Efraim Filho (União), com o advento da federação PP-União, reacomodaram os pesos da balança oposicionista. Quem tava por cima desceu, e vice-versa. O novo cenário passa a se mover em favor do que estava na gaveta, mas nunca arquivado por Pedro: ser ele próprio o candidato, mais uma vez, ao governo.

O movimento do dia 28 pode desequilibrar ainda mais esse pêndulo em plena rotação na oposição. Até lá, uma dúvida silenciosa pairará: qual tamanho do peso que Efraim botará nesse evento do PSD de Pedro?

Comentários