Clássico da literatura, Pollyanna conta a história de uma menina otimista. De tão altruísta, ela pratica e ensina o Jogo do Contente, um em que ninguém perde, todos ganham.
Oposto do mundo ideal, no da política, Pollyanna Werton, a secretária de Desenvolvimento Humano da Paraíba, tem que enfrentar jogo duro e de riscos.
Com o crepúsculo de 2026 descortinando no horizonte, a ex-candidata ao Senado não tem tempo para fantasias. E no terreno real, optou por uma candidatura à Câmara Federal. Por que?
É um voto mais aberto e, em tese, como mais espaço para a escolha conceitual, para o tal voto de opinião. Bem diferente do campo minado da Assembleia, onde quem elege e derrota – via de regra – é a custosa quantidade de apoios de prefeitos, muito mais que a qualidade pessoal dos candidatos.
Na disputa por uma vaga federal, Pollyanna é uma das poucas mulheres, sobretudo, do chamado campo progressista, onde ela transita bem e já performou na majoritária.
Dessa experiência acumula alguma memória do eleitor que apostou nela para senadora, mas não obteve êxito. Boa parte pode tentar repetir a dose para a Câmara.
Pelo PSB, do governador João Azevêdo, ela pode contar com garantia de apoio logístico da direção estadual e nacional, interessada em ampliar o número de votos em Brasília.
Tem um outro ponto a soprar esse vento norte. Há uma avenida aberta na esquerda para ser ocupada, sem quase ninguém para renovação.
Na pior das hipóteses, na briga por uma vaga de federal ela pode vir a ser convencida a sair do caminho e cair para cima. Terá o que ‘negociar’.
Entre o mundo ideal e o possível, Pollyanna – a de Pombal – está jogando o Jogo do Possível. Nesse – não tem jeito – ou se ganha ou se perde. E não há espaço para ingenuidade.