A lista de frutas afrodisíacas é grande, mas Seu Zezinho ampliou. Descendente de indígena em Baía da Traição, litoral norte paraibano, ele bota a mão no fogo e dá como certo: alguns caroços de jaca ajudam a levantar o astral do mais caído dos homens naquela hora.
Foi o que ele disse com toda autoridade do mundo para me convencer sobre o bônus adicional, além do sabor incomparável, de comprar uma ‘jaca mole’ na sua barraca, bem na beira da estrada na Aldeia Alto do Tambá.
Espirituoso, o caboclo baixinho de sorriso fácil e voz mansinha foi logo dizendo: “Meu filho, se o cabra comer essa jaca aqui pode se preparar porque vai incomodar muito a mulher”.
Para aumentar a fé na receita, ele tomou para si o exemplo e desabafou bem baixinho, quase sussurrando, para ninguém por perto ouvir o segredo: “Quando eu como essa jaca, eu aperreio demais a minha velha lá em casa”!
Percebendo que a conversa ainda não tinha dado o “efeito esperado” e nem tanta animação assim no comprador, Zezinho aumentou a dose da prosa. “Meu filho, fica daquele jeito”.
E pegou um bago da jaca descascada e pronta para comer, como quem está diante da dúvida pronto para fazer a demonstração do tipo de quem mata a cobra e mostra o pau.
Eu sou lá besta de duvidar de um quase ‘pajé’ potiguara em coisas dessa ‘natureza’ … Sem esperar tempo ruim, comprei logo e peguei o beco. Segui a dica e comi o dia inteiro sem parar. A jaca, claro! Efeito? Fez! Passei dois dias na cama. Melhor dizendo, de cama!