Feliz ano velho (A Crônica de Domingo) – Heron Cid
Crônicas

Feliz ano velho (A Crônica de Domingo)

29 de dezembro de 2024 às 18h02 Por Heron Cid
Cartaz do filme "Ainda estou aqui", sucesso no cinema nacional em 2024

Longe de mim me apropriar do brilhante título do primeiro livro – escrito 40 anos atrás – de Marcelo Rubens Paiva. Nele, o autor conta o acidente que paralisou todos os seus movimentos e mudou para sempre sua vida.

É de Marcelo também a obra que inspirou o filme “Ainda estou aqui”. Sucesso de bilheteria, relata a história de uma família, a dele, que viu o pai, o deputado federal Rubens Paiva, sequestrado e morto pela Ditadura Militar do Brasil.

A expressão do título foi apenas a melhor forma – ou a primeira que me veio à cabeça – de dizer que não tenho nada a reclamar deste 2024, cujas últimas luzes vão se apagando.

Comecei o ano quase intimado a, de novo, participar – efetivamente – de um processo eleitoral. Dessa vez, na minha República de Marizópolis.

E terminei-o, mais do que nunca, jornalista, o ofício que Deus me deu, a única herança de meu pai, José Maria Madrid, provisão e garantia da minha feira e do sustento de uma récua de cinco filhos e alguns agregados.

Ao se fecharem as janelas sempre abertas de uma candidatura a prefeito de minha terra natal, eis que bate à porta o jornalismo – com toda sua força. Eu de sorriso no rosto escancarei-a e deixei este senhor do meu DNA entrar e reinar absoluto.

Quando disse “sim” ao inesperado convite do Sistema Opinião, e voltei à TV, na “Hora H”, para um programa semanal de entrevistas, coisa que nem estava nos meus planos, também vi a mão de Deus operar em forma de entrevista exclusiva com o presidente da República, Lula da Silva (PT). No rádio e também na”Hora H”.

Foi Deus usando as pequenas coisas para confundir as que se acham grandes, as coisas loucas para confundir as que se enxergam sábias ou as fracas para confundir as que se imaginam grandes. Felizmente, a lógica do papai do céu é muito diferente dos valores dos homens da terra.

Então, para não perder o trend, “como eu vou ser triste” em 2025 se 2024 eu fui feliz demais?

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