Enquanto todo mundo olhava para a fumaça que subia numa das alas do Hospital de Trauma de João Pessoa, o secretário de Saúde da Paraíba, Ari Reis, e sua equipe estavam sob tensão.
Quase ninguém sabia na hora e até agora, mas a suspeita inicial era que o incêndio – logo controlado – poderia conter um fogo mais perigoso; um plano de resgate de um apenado do Rio Grande do Norte internado na unidade hospital.
E havia razões, mais do que chamas, para o inflamável receio.
Serviços de inteligência interceptaram e detectaram mensagens telefônicas com senhas e códigos que sugeriam uma ação planejada para a fuga do presidiário do sistema penitenciário potiguar.
Quando saiu a informação do incêndio, essa foi a primeira precaução interna. Acionada, a Polícia discretamente retirou o preso para outra área do hospital e reforçou a segurança no perímetro.
Debelada e afastada totalmente essa suspeita, o esforço passou a ser totalmente concentrado na remoção – com segurança – dos 43 pacientes do Trauma para outros hospitais da cidade.
De repente, para piorar a situação, o tempo começou a fechar. Se a cena dos doentes acamados do lado de fora do hospital já era delicada, o que seria a imagem deles debaixo d’água.
Quando o último paciente deixou o pátio e entrou na ambulância, a chuva caiu – como que divinamente cronometrada. No mesmo instante, o secretário Ari Reis, que comandou pessoalmente, com sucesso, a solução da crise, e outros integrações da operação se entreolharam.
Não precisaram dizer uma só palavra. Aliviados, os olhares agradeciam aos céus pela superação de um teste de fogo. E de água, que chegou na hora certa. Literalmente.