Terminou a eleição e mesmo depois de todo o processo até hoje não ficou clara a razão, o motivo e o porquê Paulo Maia, ex-presidente da OAB-PB, rompeu com a gestão do seu sucessor, Harrison Targino.
Isso explica muito a impressão personalista que ficou impregnada na essência da terceira candidatura do popular Paulo Maia à Presidência da Ordem contra quem ele foi diligente e convicto cabo eleitoral, quatro anos atrás.
Uma ruptura, repito, carente de justificativa com algum verniz institucional ou, quiçá, político. O rompimento, tanto quanto à consequente postulação, foi coisa muito mais do campo pessoal das relações.
Isso ficou explícito durante a campanha e pesou a favor da reeleição do presidente Harrison Targino, cuja mensagem política foi centralizada mais na instituição do que meramente na figura do candidato, como fez o grupo do seu concorrente.
Se quem estava de fora percebeu essa dicotomia estabelecida entre um projeto pessoal e um movimento institucional, não deve ter sido difícil para os advogados chegar à essa lógica conclusão.
A postura segura de Harrison imprimiu credibilidade e foi catalisadora dos apoios de ex-candidatos e grupos até então adversários, a exemplo de Raoni Vita, Carlos Fábio, Sheyner Asfora, Rômulo Palitot, Michelle Ramalho, Marina Cunha Lima, entre outros.
Um movimento somente possível pela capacidade aglutinadora, a disposição de diálogo e humildade para corrigir arestas de fatos e confrontos passados.
A advocacia captou as perceptíveis diferenças e esse julgamento ficou materializado na vitória da chapa 11 em todas as seções eleitorais da capital, na maioria mais de 1 mil votos em Campina Grande e na vitória histórica em Sousa.
Mas, principalmente, o pleito fica marcado pela quebra de alguns tabus; a chapa liderada por Harrison atingiu o recorde de votação, 4.704 votos, e pela primeira vez um candidato superou a soma de todas as candidaturas concorrentes.
O caráter institucional, ao longo da gestão, prevaleceu contra um projeto de ordem – sem trocadilho – personalista, focado numa pessoa, e, consequentemente, quebrou outro tabu, que era mito; a tal invencibilidade de Paulo Maia – a liderança que chegou ao comando da OAB com discurso contrário à reeleição e ironicamente queria o mesmo cargo pela terceira vez.
Ficou o recado. Entre o desejo de Paulo Maia e a reeleição de Harrison Targino, os advogados escolheram a OAB-PB. Que precisa estar acima dos dois!