Ter ou não ter. Eis a questão nada shakespeariana em apreciação sobre a projeção de segundo turno nas duas maiores cidades da Paraíba, João Pessoa e Campina Grande. Dez em cada dez observadores, políticos e eleitores se debatem diante dessa pergunta.
Em João Pessoa, pesquisas indicaram, até semana passada, uma folga da dianteira do prefeito Cícero Lucena (PP). A oscilação negativa dele e a movimentação de crescimento de dois adversários (Ruy Carneiro e Marcelo Queiroga) recolocaram em campo a dúvida se a peleja acaba no primeiro ou no segundo tempo deste campeonato.
Carente de pesquisas publicadas, a avaliação em Campina Grande torna-se mais precária, apesar dos rumores informais de avanço da candidatura de Jhony Bezerra (PSB). O médico anda batendo à porta do segundo turno com o prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil).
A dupla interrogação provoca um fenômeno tão curioso quanto previsível.
O Palácio da Redenção, que torce e trabalha para Cícero arrebatar a eleição de João Pessoa logo no dia 6 de outubro, é o mesmo que se empenha para levar Jhony ao segundo turno no desafiador terreno político de Campina Grande.
A recíproca é, inversamente, verdadeira.
A oposição, que sustenta a candidatura de Bruno, luta para triunfar na Rainha da Borborema já na primeira etapa, ao tempo que se esmera para esticar a eleição da capital, levando Ruy Carneiro (Podemos) à etapa complementar.
De parte à parte, a questão é totalmente pragmática e nada filosófica. Enigma que somente sua excelência, o eleitor, será capaz de resolver e responder.