Nos minutos finais de um jogo é comum jogadores darem o máximo de si e os treinadores apostarem tudo. Foi mais ou menos o que a Paraíba assistiu, no debate da TV Manaíra/Rede TV, entre os quatro principais candidatos à Prefeitura de João Pessoa.
O confronto aconteceu num dia decisivo, que amanheceu com operações policiais e anoiteceu com revelações de mensagens envolvendo a filha do prefeito Cícero Lucena (PP) na Operação Mandare. A temperatura, portanto, estava elevada. E essa fervura refletiu no conteúdo do enfrentamento entre os candidatos.
Lucena acertou em ter ido ao debate, enfrentar as acusações, encarar os seus adversários e oferecer sua versão para os fatos em apuração. A postura, entretanto, não impediu que os três concorrentes explorassem – ao máximo e em coro – o fato do dia. Não tivesse comparecido, Cícero teria passado enorme recibo e seria ainda mais exposto ao julgamento popular, sem sua defesa.
Com algumas propostas superficiais e prestação de contas de quem já governou, enfrentamento e ataques prevaleceram. Ninguém poupou ninguém e os três candidatos da oposição soltaram, definitivamente, as mãos dadas na coletiva em que – lado a lado – pediram tropas federais para segurança da eleição.
Emergiu do confronto uma polarização entre Cícero e Ruy Carneiro (Podemos). Cícero foi alvejado pelos três oposicionistas e Ruy virou vidraça na artilharia do prefeito, de Marcelo Queiroga (PL) e de Luciano Cartaxo (PT). O trio relembrou, repetidamente, a condenação judicial contra Carneiro.
Em jogo a guerra para provocação de um segundo turno. Os candidatos oposicionistas concentraram fogo em Cícero associando-o ao tráfico de drogas, na clara tentativa de impedir uma vitória no primeiro turno. Mas também colidiram frontalmente na batalha de quem irá com o prefeito para a almejada prorrogação. Se houver.
O debate expôs a nova temperatura da campanha. A quinze dias do grande dia, todas as fichas foram jogadas.
