Ruy Castro, em brilhante artigo na Folha de São Paulo, rememora o filme ‘O Salário do Medo’, passado na Venezuela, em que estrangeiros precisam carregar caminhões de nitroglicerina por 150 km para ganhar pagamento e, enfim, a libertação de um miserável vilarejo petrolífero. Analisando o impasse eleitoral da Venezuela, Castro arremata com todo seu estoque de ironia:
“Imagino Maduro nessa mesma Venezuela, conduzindo um caminhão de nitroglicerina —as atas da votação que ele tenta fraudar, prestes a explodir se não forem reveladas. E, se forem, também. A estrada, bombardeada pelos países que exigem saber a verdade, não pode estar mais esburacada. A esta altura, ele não tem mais alternativa: ou prende o país inteiro ou é ele próprio quem vai preso. Não leve a mal, Maduro, mas queremos que você se exploda”.