Sair da zona de conforto é sempre uma escolha difícil. O então secretário de Saúde da Paraíba, Jhony Bezerra, viveu isso ao renunciar a poderosa pasta para se submeter e se lançar no projeto de uma disputa cheia de labirintos numa cidade complexa e do porte de Campina Grande.
Quatro meses depois, o cenário mudou completamente. A ameaça da candidatura do ex-prefeito Romero Rodrigues (Podemos) entrou apenas para as páginas das especulações, mas Jhony Bezerra marcou seu território na oposição e saiu do processo de convenções com surpreendente desempenho.
Porque quando ele entrou na pré-campanha, ninguém imaginaria que pudesse terminar com o apoio do Republicanos. Nem em sonho seria possível cogitar ter como vice na chapa um político de renovados mandatos, o vereador e presidente da Câmara, Marinaldo Cardoso, aliado histórico do clã Cunha Lima.
Seria devaneio, à época, supor que o novato num clube de veteranos de nomes tradicionais da política campinense lideraria uma coligação incluindo PP e PSD, do grupo Ribeiro, performando tempo de propaganda no rádio e na televisão competindo de igual para igual com o espaço do prefeito e candidato à reeleição.
Em 120 dias Jhony revelou-se um articulador político capaz, um candidato resiliente e um sujeito com vocação para agregar. Considerando o saldo da sua pré-campanha e o desempenho do volume de alianças, já obteve a primeira vitória para alguém que está estreando na política em terreno para lá de acidentado.
Converter em votos o tamanho da frente política que costurou e a perspectiva de crescimento gerada é, a partir de agora, o grande desafio do médico. Pelo histórico recente, a receita recomenda não subestimar sua obstinação e perícia.